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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Criolo e Nana Caymmi no Centro Cultural de São Paulo (CCSP)

Dois artistas de estilos diferentes se apresentaram neste fim de ano no CCSP, na sala Adoniran Barbosa.
Criolo
Criolo se apresenta cantando composições do seu CD “Nó na Orelha”, no dia 14, às 19h.  Neste álbum ele vai além do hip hop atingindo o samba, o soul e o reggae.

Nana Caymmi se apresentará no dia 18, às 18h, também na sala Adoniran Barbosa.
A Interprete irá se apresentar com seu repertorio romântico que a consagrou durante seus 50 anos de carreira. 
Nana Caymmi


Ingressos gratuitos para os dois espetáculos. Os ingressos podem ser retirados a partir do dia 13, às 13h na bilheteria do CCSP.


Solar da marquesa de santos e casa da imagem

O complexo histórico  pertencente ao museu de São Paulo foi reaberto em novembro depois de 2 anos em reforma.
 O complexo é formado por dois casarões e por uma passagem que foi batizada em homenagem ao Brigadeiro José Joaquim Pinto de Moraes leme.
 A Casa da Imagem ocupa a Casa n°1 sendo um espaço dedicado a exposições e centro de documentação.



Está aberto de 3° a domingo.
Horário: 9h às 17h.
Entrada franca

Oswald de Andrade - O culpado de tudo

Até o dia 30 de janeiro o Museu da Língua Portuguesa homenageia um dos grandes escritores brasileiros: Oswald de Andrade.
O Museu não deixa de lado o seu jeito interativo de colocar os visitantes em contato com a exposição, através de painéis, vídeos e frases, a exposição conta a historia da vida de Oswald e sua participação na  Semana da Arte Moderna 1922.

Pela primeira vez o museu faz uma exposição sobre a vida de ume escritor paulista e paulistano.
 Um destaque na exposição é um painel da artista Laura Vinci. O painel possui varias notas de cruzeiro manchadas representado a crise de 1929.


Data: até 29/01/2012
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h

Local: Museu da Língua Portuguesa
Endereço: Praça da Luz, s/n° - centro - metrô Luz
Preço: R$ 6 (meia-entrada para estudantes; grátis aos sábados)
Tel.: (11) 3326-0775 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O jardim

Aquele não era um simples jardim ou uma simples fachada de alguma casa onde o morador gostasse de tudo cortado milimetricamente. Não, aquele jardim era diferente, era uma confusão de cores e espécies de plantas que no conjunto formavam uma visão estranhamente bela. As rosas estavam perdidas em meio aos espinhos e lírios.
Azaléias que de cima formariam a visão do formato de um oito deitado ou o símbolo do infinito, para os mais poéticos ou matemáticos, mas seja como for, formavam esse oito salpicado no meio por verde, vermelho, azul, amarelo e tudo o que a natureza poderia gerar. 

Quando me toquei eu já estava ajoelhado olhando bem de perto todo o vão entre os caules das flores. Em meio aquele tumulto de verde havia espaços para que a luz do sol passasse e tinha algo de contemplativo em ver pequenos raios cortando toda aquela natureza. Era como se houvesse um outro mundo que necessitasse daqueles raios como nós necessitamos deles. 

E atrás daquele pequeno cultivo de flores havia um casarão. Daqueles antigos com sacadas na frente e nesse havia uma senhora sentada numa cadeira de balanço com uma expressão de quem queria conversar, sempre fui de falar e não me agüentei, na frente da escadinha que dava para a porta da frente da casa perguntei se o jardim era dela mesma e ela disse que sim. Começamos a conversar e perguntei "porque a senhora deixa tudo daquele jeito, sem nenhum tipo de corte ou seqüência?" e ela me respondeu "porque a vida não é uma seqüência. Quantas vezes você realmente conseguiu, diretamente e sem interrupções, o que desejava?" eu não havia entendido e pedi para que explicasse. Por sua vez ela explicou assim: "A vida não é uma seqüência e muito menos obedece a uma ordem. Assim como na natureza a nossa vida é preenchida de diferentes sentimentos, desejos, vontades, sonhos, cores, pessoas e etc. Não há uma seqüência. Nós acreditamos que há, mas não há. O fato de eu falar com você não é uma seqüência de você ter parado no meu jardim, se não todos iriam parar e conversar comigo, mas não é isso que acontece. Por isso acreditar que a nossa vida é uma seqüência é aceitar que não podemos mudar ou fazer coisas diferentes todos os dias". 

Eu disse para aquela senhora que havia entendido e que deveria voltar para casa, já era tarde e já devia estar em casa. Ela me deu um sorriso e eu fui embora com uma única coisa na cabeça. Podemos ser salpicados de diversas cores e jeitos, o impressionante é o resultado final de tudo isso.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011



A feira de livros organizada pela USP é uma maneira de se esquivar dos altos preços que estamos sujeitos. Livros caros se tornam acessíveis e o desconto chega até a metade do preço, deixando qualquer livro mais atraente.

Dias 14, 15 e 16 e dezembro
Horario: 9h às 21h
Escola politécnica
http://www.edusp.com.br/
Mais informações sobre as editoras: http://www.edusp.com.br/EditorasFestadoLivro2011.htm

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Elisa Lucinda - Só de sacanagem

Ana carolina - Só de sacanagem


Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam
entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo
duramente para educar os meninos mais pobres que eu,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus
pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e
eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança
vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança
vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o
aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus
brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao
conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e
dos justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva
o lápis do coleguinha",
" Esse apontador não é seu, minha filhinha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido
que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca
tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica
ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao
culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do
meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo
o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse
o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu
irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a
quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o
escambau.
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde
o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente
quiser, vai dá para mudar o final!




As Sem Razões do Amor - Carlos Drummond de Andrade



Eu te amo porque te amo. 
Não precisas ser amante, 
e nem sempre sabes sê-lo. 
Eu te amo porque te amo. 
Amor é estado de graça 
e com amor não se paga. 

Amor é dado de graça, 
é semeado no vento, 
na cachoeira, no eclipse. 
Amor foge a dicionários 
e a regulamentos vários. 

Eu te amo porque não amo 
bastante ou de mais a mim. 
Porque amor não se troca, 
não se conjuga nem se ama. 
Porque amor é amor a nada, 
feliz e forte em si mesmo. 

Amor é primo da morte, 
e da morte vencedor, 
por mais que o matem (e matam) 
a cada instante de amor.